A pergunta é boa e a resposta é complexa. A realidade é que crescemos com uma série de crenças associadas ao que podemos ou não fazer. É impossível comprar tempo, felicidade, saúde.. e a verdade é que não existe uma loja onde troco euros por tempo, sorrisos ou bem estar, no entanto, é possível investir € em troca de ajuda em todas estas áreas. No caso do tempo, não só é possível como existe uma “ciência” que estuda há muitos anos a otimização do tempo e dos recursos, ela dá-se pelo nome de gestão.
No último artigo fiz uma reflexão sobre a atividade do consultor imobiliário em Portugal que é a realidade que constato em muitos colegas, na nossa atividade profissional existe um primeiro desafio que é dominar a ação comercial, angariar, vender, gerir o processo.. Para estas ações grande parte dos grandes players que co-habitam o nosso mercado tem resposta formativa para qualificar os nossos profissionais, onde encontro a grande lacuna no nosso mercado é quando o profissional já domina a “arte” comercial e bate de frente com o “drama” tempo.
Como ficou demonstrado no último artigo, a grande valorização do tempo do consultor é na prospeção de clientes vendedores, não esquecendo que tendo sucesso nessa ação, terei de cumprir com as expectativas que criei juntos desses mesmos clientes e toda essa atividade é também ela muito consumidora de tempo. À partida diria então que o consultor a determinada altura na sua carreira tem duas opções :
Escolhe faturar mais em detrimento da sua vida pessoal. (Mais Horas)
Escolhe prestar um serviço mais “rápido” e menos atencioso a cada um dos seus clientes. (Menos Serviço)
Qual destas é a pior?
Só existe uma saída desta encruzilhada que me permite não colocar mais horas em cima dos ombros ou reduzir o nível de serviço que presto ao cliente, essa saída é iniciar o percurso de construir um negócio alavancado em recursos humanos, procurando ajuda, por forma a retirar departamentos “dentro de mim”.
Muito mais fácil falar, do que fazer.. na nossa realidade é aqui que encontro do ponto de vista formativo as maiores dificuldades, os consultores não só não tem a formação em gestão necessária para desenvolver as suas competências neste sentido como muitas vezes são inclusivamente desmotivados a fazê-lo pelos modelos de compensação financeira em que estão inseridos com relações Agência-Agente completamente desproporcionais.
O desafio é grande, mas é a única forma de deixar de ser um auto-empregado e sair da ratoeira de estar constantemente a trocar tempo por dinheiro correndo o risco de ir de férias, ser pai, ser mãe, adoecer e o negócio parar.
Como falámos anteriormente, todos os negócios nesta área ou noutra qualquer necessitam de gestão, vários tipos de gestão.. Gestão do tempo, gestão financeira, gestão de recursos humanos, gestão de marketing..
Nos próximos artigos vou entrar um bocadinho mais a fundo sobre cada uma destas áreas que represento abaixo e explicar porque é que a formação e consultoria nestes temas é tão importante para o consultor ter a oportunidade de desenvolver um negócio saudável que lhe permita viver a vida que pretende viver.

É um importantíssimo exercício, atravessar sem rede cada uma destas linhas de palavras
mantendo o equilíbrio entre a caminhada e a reflexão.
Chegar ao outro lado a saber como ultrapassar crenças e receios é fundamental.
Excelente Pedro. Na evolução há desafios, mas também há soluções. É esse o foco primordial.