Na minha primeira reflexão falámos um pouco sobre a diferença entre a atividade face à proatividade e como a ocupação do tempo com as atividades certas do consultor imobiliário está diretamente relacionada com os seus momentos de maior sucesso e insucesso.
Ficou prometido falarmos um pouco nas próximas semanas daqueles que são os modelos de gestão que me podem ajudar a “esticar o tempo” e o porquê de ser realmente importante dominar cada um deles.
Hoje gostava de refletir sobre como medir o tempo? Sim, medir o tempo é possível e não só é possível como é estritamente necessário. A única forma de termos a certeza que estamos a tirar total proveito do tempo que investimos é conseguir encontrar uma métrica que consiga fazer um encontro entre as horas e os euros.
Então, como desenhar um bom plano de negócios? Como ter a certeza que o objetivo que tracei é atingível por alguém e mais importante que tudo, atingível por mim. Como chego à conclusão clara de quantas horas preciso de empregar e a fazer o que?
“Só existem duas formas de derrubar um pinheiro, ou se afia o machado ou se bate muitas vezes”
Felizmente, ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, esta não é uma atividade de sorte e azar, esta é uma atividade matemática.
Conseguimos facilmente relacionar Contactos com Reuniões, Reuniões com Angariações, Angariações com Visitas, Visitas com Transações, Transações com Faturação e por fim Faturação com Lucro. Diria que apurar estas taxas de conversão é detetar clinicamente onde “afiar” o machado.
A Formação, o acompanhamento, o coaching e a mentoria têm um papel fundamental neste processo.
Seguir a volatilidade destes números é ser realista! Quando o mesmo avião sai de Madrid para Lisboa em viagens diferentes, o avião é o mesmo, mas a rota muda a cada segundo e torna-se diferente em cada viagem porque existem fatores externos que mudam a forma como o avião chega ao seu destino, o vento, uma tempestade, uma avaria ou até mesmo o piloto, o mais importante é que o avião chegue efetivamente ao destino programado e que esse ajuste de rota seja constante, não obstante da possibilidade do avião usar mais combustível ou demorar mais tempo.
Com estas métricas dominadas, atualizadas e em mente, terei a clareza suficiente sobre os meus números. Conseguirei saber com exatidão quantos contactos, reuniões, angariações e transações precisarei de fazer este Mês/Semana/Dia para estar em “rota” com o meu objetivo.
Ter esta clareza é muito importante do ponto de vista financeiro, mas é igualmente importante do ponto de vista profissional, a minha evolução pessoal e profissional está claramente condicionada ao tempo que eu tenho para investir na minha formação. Temos falado imenso sobre a aplicação do tempo, o consultor imobiliário tem de ter a certeza que quando está numa formação ela servirá para obter um resultado e não porque “tenho de fazer”.
Sei que tudo isto parece muito “time consuming” e que a vida do consultor não lhe permite, em teoria, recolher números ou ter tempo para pensar nisto. E é por isso que é importante encontrar um workflow que torne tudo isto mais fácil, um CRM, um modelo de trabalho, algo que me permita chegar ao fim do dia e perceber números básicos da minha atividade e que permita uma vez por semana olhar para eles.. no limite uma vez por mês.
Sem isto andamos todos às escuras.
Excelente reflexão.